segunda-feira, 29 de setembro de 2008

DIA ÚTIL


Seria muito bom se não hovesse esse negócio de dia útil e horário bancário. Não dá pra fazer nada. A gente fica espremido em uma convenção capitalista que acha que tudo tem que funcionar igual e na mesma hora que no final das contas não consegue fazer nada. Tudo começa e termina na mesma hora, tudo pára no mesmo dia. Não há alternativa no país dos iguais.

Aí, você quer fazer uma coisa importante não pode porque está trabalhando, e não pode à noite porque já fechou.

Uma tristeza toma a conta do nosso peito quando vemos que passamos o dia inteiro produzindo coisas para os outros e não resolvemos a nossa vida. Aí me dá uma vontade imensa de burlar todas as leis, mentir, fugir e fazer tudo o que eu quero. Adeus trabalho, horário, compromissso. Meu compromisso é comigo. Na minha vida quem vale sou eu. Pode parecer um tom meio egoísta mas, acontece que se a gente não dá uma piradinha dessas no meio da semana ou naquele dia em que estamos cheio de tudo, a gente pira de verdade e aí não vai haver remédio.

O chato é que nem todos entendem o nosso desejo por liberdade e nos crucificam quando decidimos ser mais gentis com a gente. Parece que o mundo tem que ser composto por formigas infelizes que vivem para sustentar um formigueiro de terra.

Não. Sejamos anarquistas, graças a Deus, pelo menos uma horinha por semana. Vamos mandar tudo à merda e irmos à praia em plena quarta-feira às 11 horas da manhã. Quem quiser que vá trabalhar. Mas vamos arcar com o ônus da falta, porque ninguém deve pagar ou entender nossa anarquia, mas também devem fazer o favor de nos deixar em paz.

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