segunda-feira, 24 de novembro de 2008

estou cheia de ódio

ódio para os que gritam na prepotência de humilhar aqueles que estão ao seu redor, seja por estar aparentemente em uma posição privilegiada ou por aparentar ser o mais forte, seja por ser machista e desconsiderar as mulheres, ou por ser adulto e não relevar as crianças
ódio ao racista que não aceita ao negro e ao patrão que desrespeita o empregado
tá em cima aquele que teme os de baixo
tá na base aquele que tem a percepção
ódio, morte, fogueira
estou farta de quem acha que tem o poder e o utiliza ao seu bem querer, de quem pensa que o dinheiro compra o respeito e vende a impunidade
ódio ao que reza pela extinção do próximo e por aquele que utiliza o discurso alheio como instrumento de manipulação
tenho uma lista inteira dos que compraram o meu ódio, dos que me causam ojeriza, dos que eu execro a existência

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Meu pedaço


Estou lendo um livro que está me devorando, me consumindo, não sai da minha pele e dos meus olhos nem quando eu não o leio, e só ainda não terminei porque na viagem de volta eu estava cansada demais e muito tocada por ter estado mais uma vez com a minha família.

Eu amo desarvoradamente, incondicionalmente,irracionalmente, a minha família. É de lá que eu venho e pra onde volto quando estou triste ou feliz, vazia ou cheia, na felicidade ou no desencanto. Não sei como é a vida de quem só conheceu o desamor, pois com os meus eu me sinto amada a cada milionésimo de vida.

Fui ao aniversário do meu primo-irmão-afilhado Franklin. Eu amo o Franklin, crescemos juntos, eu , ele Daniela e Flávio e de dentro de mim só sai muito amor pra eles. Metade do que eu sei eu devo a eles, minhas alegrias, esperanças, ilusões de criança, tudo. Das brincadeiras de pipa e super heróis aos chutes e ponta-pés. Do apelido que eu odiava, do meu mau humor, dos sorrisos. Ai... Reinávamos os quatro com as nossas fantasias e brigas, sempre juntos.

Meus tios e tias, primos mais velhos, avó, mãe, pai! Família é um dom de Deus, quem recebe não quer largar.

Família é espelho, beijo e cicatriz, é muita história pra contar.

Referencia pra lucidez.

E aí, vem a Ponciá, eu acho que eu não quis ler na volta porque ela tem e não tem tudo aquilo que eu falei e sofre por isso, pois não consegue reencontrar os seus, perde o seu espelho. Só se encontra na arte.

Na minha família todo mundo é artista, mas cada um escolheu um palco pra atuar.

Quero muito entrar em cartaz com eles sempre, não quero o braço cotó de Ponciá. Quero ficar com o meu pedaço.

Amo desesperadamente Ponciá. Ela fala dos negros, da mulher e da arte. Fala da falta do espelho e faz refletir sobre o que realmente importa. Amo Conceição Evaristo que conseguiu transpor para as páginas de um livro a falta e o sabor da vida.

sábado, 8 de novembro de 2008

olá,como vai?


Há muito tempo não escrevo aqui. Ai, são tantas emoções, tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, que só tenho escrito na agenda.
Viagem com a Comuns, crise de coluna, estréia de alunos, prova de figurino. Ainda bem que, tirando a crise de coluna, todo o restante é por coisa boa.
Mas estou com saudades da minha tela cor de rosa, das minhas borboletinhas, de vir aqui escrever minhas coisinhas. Tive muitas inspirações, mas nenhuma caneta na hora e agora as inspirações já se foram.
Também estava impossibilitada de ficar muito tempo sentada, as costas doíam muito, e ainda doem, e por isso só ficava na frente da tela tempo suficiente para ler e enviar e-mails.
Passado o pior da crise, graças a muitas agulhadas de acupuntura, já estou eu aqui de novo pronta para escrever minhas impressões sobre a parte do globo terrestre que ocupo e observo.
E nesse momento pacato dessa manhã de sábado, vou observar a orla de Copa, sair com minha bicicleta pela ciclovia e ouvir o xuá das ondas. Saudades do Rio, do meu canto, dos momentos de contemplação. O trabalho pode tentar roubar esses momentos da gente, mas se soubermos fazer tudo direitinho ou pelo menos tentarmos nunca deixaremos de lado o que realmente importa: os momentos de parada, os momentos de contemplação.