quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Feliz Ano novo com Mário Quintana


Dois mil e nove está chegando ao fim. A Borboleta e a Moça do Segundo Andar desejam um Feliz Ano Novo e um ano de 2010 repleto de boas surpresas, poesia e arte.

Chama o Mário:

"Nada jamais continua

Tudo vai recomeçar."

Mario Quintana


domingo, 20 de dezembro de 2009

CADERNOS NEGROS 32- Contos


Nesse eu estou!

Lançado no dia 17 de dezembro em São Paulo, na UNINOVE- Campus Vergueiro.
Autores
Ademiro Alves
Cristiane Sobral
Cuti
Débora Almeida
Dirce Pereira do Prado
Elizandra Souza
Fátima Trinchão
Fausto Antônio
Hélio Penna
Jônathas Conceição (in memoriam)
josé Luanga
Mel Adún
Michel Yakini
Paulo gonçalves
Serafina Machado
Sergio Ballouk
Sidney de Paula Oliveira
Valdomiro Martins

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

diário da moça do segundo andar- caderno novo

Descobri o que me faz chorar: é a constataçãpo da verdade. A verdade. A verdade é bem melhor do que estou vendo, mas o problema é que estou olhando fixo em uma só direção. Eu preciso olhar para os lados e ver quantas opções eu tenho para caminhar, mas desapegar é difícil.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

tempo

levanto a cabeça
olhos fixos
voltados para a frente
fixos porque estão fortes
agora sim consigo
me despedir com calma e com amor
não é adeus
mas será por um bom tempo

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

diário da moça do segundo andar-caderno novo

a primeira vez que eu disse não pra ele foi catastrófico. ele disse coisas horríveis e saiu zunido pela rua. só ouvi a porta bater.
essa gente metade gente,metade cavalo...
liguei, mandei e-mail, nada
deu vontade de bater na porta até sair sangue da mão
não fiz
não combino com personagens loucas porque perco o controle
chorei e depois fui me olhar no espelho
adoro ver a minha cara amassada pela tristeza
dramático
culpa minha que o mimei. ele não sabe ouvir não
tomei um antidepressivo e dormi o dia inteiro. parecia um gato
amanhã vou cortar o cabelo

terça-feira, 6 de outubro de 2009

SETE VENTOS


"Me olhei no espelho e vi minha mãe Iansã em pé olhando pra mim. Sete ventos ela mandou na minha direção. O primeiro tirou a roupa que cobria o meu corpo, o segundo limpou e reluziu a minha pele, o terceiro me pintou de vermelho, o quarto tirou a faixa que cerrava os meus olhos, o quinto me tirou do chão, o sexto tocou uma música pra mim e o sétimo me fez dançar."
A peça é um monólogo baseado em depoimentos de mulheres negras e no mito de Iansã.
De 02 de outubro a 06 de novembro(exceto dia 23 de outubro)
Toas as sextas às 21h
Em cartaz no Teatro Gláucio Gil- Pça Cardeal Arcoverde, s/n, Copacabana
Ingressos R$10,00
Texto, encenação e atuação Débora Almeida
Supervisão cênica Aduni Benton
Coreografia Gal Quaresma com a colaboração de Denis Gonçalves
Assistência corporal Denis Gonçalves
Trilha sonora Samantha Rennó e Raquel Coutinho
Iluminação Jorge Raibott
Cenário Derô Martim
Figurino Jerry Fernando
Fotografia Zezinho Andrade, Guina Ramos e André Mantelli
Projeto gráfico André Mantelli
Op. som Rodrigo Dias
Op. luz Clécio Arruda
Ass de produção Catia Alexandre, Rosangela Pereira e Thaís Carvalho
Apoio Alexandre Assumpção e Simone Amaral
Direção de produção Débora Almeida

domingo, 6 de setembro de 2009

observações de domingo da moça do segundo andar


E depois de pousos por lugares que nitidamente não a queriam, a borboleta instalou-se entre as crianças. Histórias fantásticas, choros, briga por brinquedo. Um mundo de verdade vestido à fantasia. Elas a queriam por perto,independente das cores das suas asas, do pó que dizem cegar, de tudo. O que valia era estar ali. Ela ficou a tarde inteira e até tomou leite com chocolate, só não chupou chupeta. No final da noite voltou para a sua casa. Pela praia, que é mais bonito ver o mar e jogou fora o telefone vermelho com aqueles velhos contatos. Agora eu só ligo pra quem ligar pra mim.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Money!

Passei o dia resolvendo burocracias, botando os pingos nos is. Meu Deus, como é difícil resolver coisas tão simples, como é difícil e caro, digo muito caro, você querer ser certinho. Ser certinho, em algumas instâncias da sociedade é só pra quem pode e não pra quem quer. É papel e dinheiro, dinheiro e papel(essa é a ordem). E dizem que é tudo para o seu bem, para resguardar os seus direito, mas direitos de quem? Quem , com tantas taxas e certidões consegue ter direito a alguma coisa?

domingo, 16 de agosto de 2009

o que vale é o que tá dentro

Passei meu domingo inteiro no subúrbio, terra da minha família, terra que vem dentro mim.
Foi muuuuuito bom. Tudo estava favorável: o sol, o calor as cores do dia.
Não me lembro ,durante todo esse inverno de ter um dia assim. Acho que é porque eu estava em Pilares, indo buscar um pedacinho de mim.
Aqui na Zona Sul, nem sempre me sinto acompanhada, mas em Pilares é como se tudo o que eu fui perdendo no caminho, durante a Marechal Rondon ou no Túnel Santa Bárbara, eu fosse encontrando de novo. Como as migalhinhas de pão que ficam pelo chão e nos colocam no caminho de volta para casa. Para os pedaços de mim.
As crianças soltando pipa na lage, a comida da minha mãe e o som, ah, esse pra mim é o principal : o som de gente e não de carro ou de buzina.
Fiquei o dia inteiro fazendo nada, dormindo no ninho que me viu crescer, que me formou, que me preenche. Eu saí de lá pra fazer teatro, mas hoje me pergunto se é só daqui que dá pra fazer teatro.
O que é que realmente importa no fim? Por que eu estou aqui? O que é essencial e o que é fundamental?
Voltei pra casa com marmita, minha mãe já me deu toda a comida que irei consumir na segunda, almoço e jantar e eu me pergunto pra onde vai o meu talento? Talento. Alento.
Tenho um carinho pelo meu bairro, só considero longe, mas hoje eu me pergunto: longe de quê?
O que é daqui que vale mesmo levar?
Um caderninho, uma caneta e um ar de economista: quero contabilizar minhas horas de vida, de trabalho, de amor, de tempo perto e tempo longe, de lazer, de sono, de tudo. Quanto tempo do meu tempo vale isso tudo?
...
Talento. Alento.Talento.Alento.Talento.Alento.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

encontrei a minha turma



saí da aula nutrida. da aula, do encontro. é isso que eu procuro na arte e na performance: o encontro. e acho que encontrei.
que coisa boa. e eu fui sem saber dieito pra onde e pra quem e quando cheguei encontrei tudo o que queria. ouvi tudo o que precisava.
às vezes, com essas bilhões de possibilidades, fico me perguntado que tipo de artista quero ser,pois gosto de tanta coisa,realizo tanto. sou atriz, danço,canto,produzo,tá, mas e aí? o que você quer?
que eu quero uma peça que me faça arder, pegando as palavras do Gorki, em "Os inimigos", é um fato ,mas que eu quero mexer o corpo, exercitar o gogó e pirar é uma constatação. que eu quero ganhar dinheiro com a minha arte, o meu ofício, é óbvio,mas eu também quero fazer de tudo, experimentar, buscar sensações, ser até o inesperado é urgente. e o urgente está encontrando forma e espaço.que bom.
no campo da performance é tão fácil ser vazio, tão fácil não fazer sentido algum, tão fácil ser superficial. tenho visto de tudo, coisas boas e ruins, e às vezes me decepciono quando as pessoas abrem as suas bocas ou quando vou assistir o segundo trabalho delas. dá um vazio. sinto tristeza quando vejo um artista com o olhar voltado para o próprio umbigo, sinto tristeza quando encontro qualquer pessoa assim.
mas hoje a porta do céu se abriu e eu encontrei uma artista que não é assim!ah, existe luz no final do túnel da geração século XXI!sim eu fiquei tão feliz: Lígia Tourinho. foi o primeiro dia de oficina com ela no SESC e eu vi que tudo o que eu estava procurando estava ali: na UFRJ. ah! e aí, tudo o que eu venho pensando, tuo o que eu venho sentindo e experimentando, tudo o que eu quero fazer. estou bem, muito bem, obrigada e feliz e confiante que a oficina de jogo coreográfico não irá resolver todas as minhas histórias e questionamentos, mas me colocará em contato com gente que pensa, gente que sente, gente que abre a janela pra ver a vida lá fora, que é inteligente e tb generos.
eu sei que hoje foi o primeiro dia, primeira percepção,felicidade por achar coisas parecidas com as que estou procurando, mas estou otimista e apaixonada pela proposta, que na verdade, é muito parecida com a minha. e o pessoal, a turma, era variadíssima, mas cheia de gente com potencial, uma galera bacana mesmo e eu me senti muito feliz.enfim, encontrei a minha turma, ou pelo menos alguém que fala igual a mim.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

diário da moça do segundo andar, página 8

eu quero parar com essa brincadeira porque isso eu não sou.
quero parar porque não está me ajudando.
às vezes, à noite, eu fingia ser forte porque não tinha ninguém pra me abraçar quando tinha pesadelos, mas isso passou e eu era uma criança.
era uma fuga de criança sozinha
que já não me ajuda mais, sou adulta
sou adulta, mas tenho sempre muita vontade de chorar
quando estou alegre e quando estou triste
não sei
não quero mais ser a mulher maravilha
quero ser aquela que precisa de alguém pra tirar o gatinho da árvore
aquela pura,coitadinha
que as pessoas querem levar pra casa e cuidar
ser forte não traz nenhuma preocupação
porque todo mundo acha que você sabe se virar
e quando isso não acontece um mundo inteiro te cobra
não queo mais ser a mais forte
quero ser a mais honesta

durona

eu tô com saudade,mas não dou o braço a torcer.
prefiro brincar de ser durona.
faz de conta que nada me atinge.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

mau humor, dor de cotovelo- diário da moça do segundo andar, página 15


eu estou com um mau humor danado!

se eu cortasse os teus cabelos...

só isso

se eu cortasse os teus cabelos

já ficaria feliz

tenho certeza que bastaria pra baixar a tua bola

ai que eu jurei que não iria beijar ninguém mais novo que eu!

quando eu era pequena a gente sempre falava um pro outro:"quem jura mente."
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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Diário da Moça do Segundo Andar pag 107

E quando ela abriu a porta deu uma saudade imensa de casa, das amigas e até da ciclovia. Nessa cidade gelada que não tem um horizonte. Só prédio, viaduto e avenida. A vida é mais do que avenidas. Foi quando, de repente, a vontade de mar aumentou e ela quis voltar correndo pra aquele balneário desorganizado que é o Rio de Janeiro.
Estou cansada dessas situações. Cansada. Situações que já iniciam acabadas. O que é que a gente faz com o nosso coração? Mais uma vez me sinto chegando na festa depois de ter acabado o bolo. Me sinto intrusa na minha própria vida.
Se eu tivesse dinheiro me disfarçaria de anônima, pegaria um taxi e sairia rodando pela cidade. Pediria um café, acenderia um cigarro e ficaria admirando o frio de cima de uma grade observando as luzes dos carros. Escutando as sirenes dessa cidade vazia.
As coisas não fazem sentido e eu não conheço ninguém, não sei pra onde ir, essa cidade ainda é difícil pra mim. Não cair nas ciladas também.
Queria a mão de uma amiga passando agora pela minha cabeça, fazendo carinho no meu rosto, me lembrando que pra alguém eu também sou alguém. O que eu quero mesmo é um homem pra ser só meu, mas ainda não consegui acertar a equação dos encontros.

terça-feira, 21 de julho de 2009

para flávia

e porque fazer teatro é bom pra cacete e eu amo cada vez mais, choro cada vez mais, me emociono cada vez mais quando vejo no palco um trabalho bem feito, digno, aquele que me faz pensar que eu também queria fazer. e quando a atriz é minha amiga, porra! ai, me orgulho dos amigos que tenho, me orgulho das amigas que tenho. das pessoas que se encontram comigo pela vida e seguem comigo pelo caminho, das pessoas que eu vou colhendo por aí, ou que me colhem. ontem foi dia do amigo e da amiga e tomei café com bolo de banana aqui em casa com a camila, e falamos, falamos, falamos, celebramos. o samuka ligou pra ela, a rosangela me acordou dizendo que é um luxo me conhecer, minha irmã disse pela milionésima vez que me ama. e a gente vai junto assim, se aquecendo na teia formada por tantas amizades.
fiquei tão orgulhosa em ver a flávia feliz. em cima daquele palco, digna, linda, realizada, feliz com a sua máscara balinesa e com o teatro que ela acredita.
e a ruth me disse que se orgulha em me conhecer e tecer comigo uma amizade. ela saiu dizendo isso pra todo mundo que amava. que orgulho! que troféu.
me sinto mais competente em observar as pessoas que consegui reunir, pois são espelhos de mim.quando eu vejo a qualidade das pessoas que estão ao meu redor vejo meus pedaços presentes em cada pessoa, e se meus pedaços estão nessas pessoas eu me sinto melhor.
feliz dia do amigo e da amiga

terça-feira, 30 de junho de 2009

ele cheirava a cotidiano e por isso ela o abandonou

segunda-feira, 15 de junho de 2009


Fui pega de surpresa na cidade dos não apaixonados. No lugar do não romantismo. Na cidade dos prédios e de pedra. Estou apaixonada por São Paulo, pela Casa das Rosas em plena Paulista, pelo calor humano e pela receptividade das pessoas. Pelo Museu da Língua Portuguesa e pelo Parque do Ibirapuera. Pelas pessoas. O mundo é repleto de histórias. É tudo lenda o que falam dos paulistanos. Tudo lenda.

sábado, 16 de maio de 2009

aquele menino ganha a vida com os olhos
tem a função de enxergar mais que os outros
e depois de revelar tudo pro mundo
aquele menino tem uns olhos diferentes
vê mais, vê demais, vê além
às vezes nem ele se dá conta disso
tem vezes, inclusive, que ele até se surpreende
então, ela sorriu e sentiu no meio da barriga, em cima do umbigo uma vontade de chorar enorme. ele fixou a sua imagem de uma forma como ninguém nunca fizera. percebeu suas formas, sua cor, cada milímetro de seus movimentos. e ela já era outra, muito mais bonita do que tudo o que já tinha sido até aquele dia. valeu à pena esperar tanto tempo, roer as unhas, arrancar os cabelos
e o nó no meio da barriga continua, o ponto apertado do lado do umbigo também
ele dizia "- você chora muito"
dizem que a beleza, quando entra dentro da gente, não sei por que,ela dói

sábado, 9 de maio de 2009

é tudo relativo


estou meio devagar na escrita, pois estão acontecendo muitas coisas, tenho trabalhado muito e as 24horas do dia não parecem durar tudo isso. mas tudo bem porque significa que estou viva e são coisas boas as que têm vindo. mesmo o acidente, pois fui tão bem cuidada pelos meus amigos que a marquinha no supercílio me lembra o quanto sou amada e cercada de gente bacana.
essa foi uma semana de muitos aniversários e pouco tempo para abraçar a todos. amanhã é dia das mães e ainda não comprei o presente. nunca dá tempo.
o tempo.
o tempo passa cada vez mais ráspido, eu sinto isso, meus amigos sentem isso e tenho a impressão que o mundo todo, mas o relógio...esse continua nas mesmas batidas, não avançou tanto quanto a nossa percepção, e o ser humano, que demora para reelaborar as mudanças continua acreditando nas inúmeras 24 horas do dia e nos 365 dias do ano.
é a nossa percepção o que conta, o hoje, o amanhã e o ontem são relativos, dependem do que estamos fazendo com as nossas vidas.
quer ver: quando não estamos fazendo nada, não há planejamentos e nem perspectivas, o tempo parece estar parado, nos sentimos em uma praia sem ondas , isso porque não estamos em movimento, não esperamos por nada, mas quando é o contrário, quando estamos construindo uma coisa que pretende vingar no futuro, parece que o tempo caminha cada vez mais rápido para a concretização da intenção e depois que passa foi tão rápido que o ontem parece acenar de um espaço longíquo.
em compensação, o tempo age mais rápido sobre o corpo que fica parado, é como se o desperdício de tempo nos deixasse flácidos, o excesso de nada é como uma gordura que se acumula em nosso olhos, andar, corpo. quando nos movimentamos tudo muda porque o corpo que está agitando as coisas no passado objetivando um futuro passa por todas as etapas ao mesmo tempo e com a mesma vida, o mesmo viço, a mesma energia, ultrapassa a barreira do tempo: a crença nos ponteiros do relógio.
e sonhar com o futuro e trabalhar para ele já nos leva pra lá, nos energiza, dá vida, cria e é disso que a gente precisa.

terça-feira, 5 de maio de 2009


Ando pelas ruas de Copacabana

final de tarde

o céu alaranjado de outono seduz meu pensamento

parece uma música do Tom ou do Vinícius

até que dou uma topada em uma pedra portuguesa solta

porrrrrrrrrrrrrrrrrrr.................!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

notinha da borboleta

estou voando muito por aí, misturando os pólens para que na primavera venham as flores.

sábado, 11 de abril de 2009

estou como a música da elza soares: dói do coccix até o pescoço

domingo, 29 de março de 2009

E apesar de ou porque sou sem vergonha mesmo, continuo fazendo as mesmas coisas. Não consigo acreditar que a abordagem errada é a que me acompanha, pois sei que outras vezes deu certo. Me conforta pensar que quem não me quis não era pra mim e por isso ainda bem que foi embora cedo, me poupou dor de cabeça. Mas apesar de, continuo querendo e continuo sonhando e continuo querendo, mesmo sabendo que apesar de , e por isso mesmo, e por mais que eu queira, não tem nada a ver.
Porra, Clarice!

sábado, 7 de março de 2009

Fico pensando sobre as coisas que realmente importam. São tão poucas que fico pensando por que corremos atrás de tantas.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

LUXO

Tive meu domingo de luxo! Em um spa caríssimo, que poucos, pouquíssimas pessoas e cada vez menos pessoas têm o poder de pagar, com pessoas selecionadíssimas, da mais alta categoria com a melhor comida do mundo.
Quando:hoje, domingo, 1ºde fevereiro de 2009.
Onde: Jardim Botânico, Rio de Janeiro
Quanto?Ah, isso eu já vou falar, pois me orgulho de poder espalhar para quem quiser ouvir:DE GRAÇA!!!!
Levante a mão quem ainda consegue fazer do seu domingo a melhor coisa do mundo e de graça. Ou seria estado de graça.
O local não podria ser melhor: a cachoeira do Horto. Dentro da parte zona sul do Parque Nacional da Tijuca.
O negócio foi o seguinte:
saí lá pelo meio dia ou uma da tarde junto com a minha amiiiiga de fé, irmã camarada, Lee. Andamos de bicicleta da praia até a entrada da floresta. Foi lindo: Ipanema, Jd de Alah, Lagoa, Jd Botânico, Horto. Subimos, e subimos, e subimos. Trilha, pessoas felizes, camaradas, como são as pessoas que fazem trilha e um tempo depois:CACHOEIRA!!!! Mosquito(adoro esse pessoal da floresta), verde, som de água, o cheiro quente do sol nas folhas e aquela água forte em cima da gente, inspirando, abençoando. Que luxo!
Um espaço pequeno dividido harmoniosamente entre as pessoas que só estavam ali em busca de um pouco mais de natureza e paz. As Floresta são os lugares que eu mais amo no Rio.
Na volta, e esse é o outro lado espetacular e mais cheio de luxo, paramos em um barzinho, boteco mesmo, lá na descida do Horto. Churrasco, samba e um aniversário. As duas esfomeadas logo conseguiram um pratinho de linguiça e carne e um aperto de mão do aniversariante.Êeeeh! Gente que conversa com gente, que não se importa se a bolsa é Louis Vuitton, aqui, o que não pode ser pirata é a felicidade e a hospitalidade. Gente bonita por causa da felicidade. Um lugar onde eu passaria tranquila o meu domingo até o final do "Fantástico".
Confesso que saí de lá emocionada com a situação tão difícil de se ver do lado de cá do Rebouças. Me deu saudades do Subúrbio, e das ladeiras, dos cachorros latindo na rua, das crianças correndo pra lá e pra cá, do jogo de taco, do samba tocando o dia inteiro e daquele bando de mulher falando alto, dos homens com copo de cerveja na mão.
Comemos também um, ai,um pastel de carne que salvou nosso dia, vendido por um senhor que mora até hoje na casa onde nasceu, há 68 anos atrás. Ele nos contou um pouco da história do bairro.
Cheguei em casa alimentada de tanta coisa bonita. Me deu vontade de chorara de alegria.
Realmente eu quero morar no Horto, mas pra isso acho que vou ter que casar com alguém de lá porque ninguém quer sair.
À noite fomos pro samba em Santa Tereza, outro lugar, outra coisa, outra poesia, um lugar que também poderia consumir horas das minhas palavras, mas hoje eu sou do subúrbio, ou melhor, do Horto.
Foi o melhor domingo das férias.
Feliz ano novo pra mim que começo a trabalhar amanhã.
De grandes luxos como esses é feita a vida.
As melhores coisas da vida vêm de graça!