quinta-feira, 30 de julho de 2009

Diário da Moça do Segundo Andar pag 107

E quando ela abriu a porta deu uma saudade imensa de casa, das amigas e até da ciclovia. Nessa cidade gelada que não tem um horizonte. Só prédio, viaduto e avenida. A vida é mais do que avenidas. Foi quando, de repente, a vontade de mar aumentou e ela quis voltar correndo pra aquele balneário desorganizado que é o Rio de Janeiro.
Estou cansada dessas situações. Cansada. Situações que já iniciam acabadas. O que é que a gente faz com o nosso coração? Mais uma vez me sinto chegando na festa depois de ter acabado o bolo. Me sinto intrusa na minha própria vida.
Se eu tivesse dinheiro me disfarçaria de anônima, pegaria um taxi e sairia rodando pela cidade. Pediria um café, acenderia um cigarro e ficaria admirando o frio de cima de uma grade observando as luzes dos carros. Escutando as sirenes dessa cidade vazia.
As coisas não fazem sentido e eu não conheço ninguém, não sei pra onde ir, essa cidade ainda é difícil pra mim. Não cair nas ciladas também.
Queria a mão de uma amiga passando agora pela minha cabeça, fazendo carinho no meu rosto, me lembrando que pra alguém eu também sou alguém. O que eu quero mesmo é um homem pra ser só meu, mas ainda não consegui acertar a equação dos encontros.

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