terça-feira, 10 de junho de 2008

Pra semana: um pouco mais de compaixão,tá?

Está entalado. Não consigo tirar da minha mente a imagem daquele menino sentado no banco de uma delegacia. Conversando com um policial como se fosse um adulto. Não consigo parar de pensar. O que tem mais me assustado na vida não são as crianças tendo atitude de adultos, pois até mesmo, na mais louca ação, há sempre o olhar infantil, mesmo que ele esteja escondido em um rosto amadurecido, em uma violência insensata. Me assusto mais com os adultos que não enxergam a idade que aquele feito de réu tem, que o desprezam em sua pequeneza e o tratam como um ninguém. Não, eu não sou contra a punição, eu mesma já fiquei de castigo por coisas menores e aprendi a lição, mas não posso deixar de atentar para a idade desses que cometem coisas que vão na contramão, desses que vivem na contramão, são deixados pelo caminho, são expulsos antes mesmo de entrarem em algum lugar. Não dá. Não acredito que valem menos do que qualquer outra criança do mundo, que são bandidos perdidos, quero acreditar que são crianças, pois são, na idade cronológica, mental, nas brincadeiras, na altura, nas fraquezas e nas franquezas,são crianças, que desceram em algum outro ponto da pista ou que perderam o ônibus, mas que ainda podem continuar na estrada, basta só que alguém sinalize com firmeza e compaixão o caminho. E com amor, a única coisa que, realmente, qualquer ser dessa Terra precisa.

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