segunda-feira, 19 de maio de 2008

Iansã, de Caetano Veloso


Senhora das nuvens de chumbo

Senhora do mundo dentro de mim

Rainha dos raios, rainha dos raios

Rainha dos raios, tempo bom, tempo ruim

Senhora das chuvas de junho

Senhora de tudo dentro de mim

Rainha dos raios, rainha dos raios

Rainha dos raios, tempo bom, tempo ruim

Eu sou o céu para as tuas tempestades

Um céu partido ao meio no meio da tarde

Eu sou um céu para as tuas tempestades

Deusa pagã dos relâmpagos

Das chuvas de todo ano

Dentro de mim, dentro de mim

terça-feira, 13 de maio de 2008

A gente se vê

O brilho das miçangas da sua saia contrastam com o cinza do ar e o pouco frio que faz naquele domingo de outono é o suficiente pra enrugar os pés daquelas sandálias que pisam as ruas da Zona Sul. “A gente se vê” foram as palavras finais da noite que parecia ter sido boa. “A gente se vê”, expressão usada pelos relacionamentos vídeo-clipes-contemporâneos para dizer “Até nunca mais”. “A gente se vê”, mentira dita por quem quer falar a verdade de outra forma.


Se não pode me acompanhar, me deixe, não me olhe como uma flor muito bonita desesperada por qualquer jarro d’água, que isso eu não sou.
Se não pode me esperar, me deixe, não pense que porque estou sozinha aceitarei qualquer trocado de amor, que comigo não.
Não me iludo buscando qualquer companhia, não quero gozar 20 minutos e depois passar tantas 24 horas sozinha.