terça-feira, 18 de agosto de 2009

Money!

Passei o dia resolvendo burocracias, botando os pingos nos is. Meu Deus, como é difícil resolver coisas tão simples, como é difícil e caro, digo muito caro, você querer ser certinho. Ser certinho, em algumas instâncias da sociedade é só pra quem pode e não pra quem quer. É papel e dinheiro, dinheiro e papel(essa é a ordem). E dizem que é tudo para o seu bem, para resguardar os seus direito, mas direitos de quem? Quem , com tantas taxas e certidões consegue ter direito a alguma coisa?

domingo, 16 de agosto de 2009

o que vale é o que tá dentro

Passei meu domingo inteiro no subúrbio, terra da minha família, terra que vem dentro mim.
Foi muuuuuito bom. Tudo estava favorável: o sol, o calor as cores do dia.
Não me lembro ,durante todo esse inverno de ter um dia assim. Acho que é porque eu estava em Pilares, indo buscar um pedacinho de mim.
Aqui na Zona Sul, nem sempre me sinto acompanhada, mas em Pilares é como se tudo o que eu fui perdendo no caminho, durante a Marechal Rondon ou no Túnel Santa Bárbara, eu fosse encontrando de novo. Como as migalhinhas de pão que ficam pelo chão e nos colocam no caminho de volta para casa. Para os pedaços de mim.
As crianças soltando pipa na lage, a comida da minha mãe e o som, ah, esse pra mim é o principal : o som de gente e não de carro ou de buzina.
Fiquei o dia inteiro fazendo nada, dormindo no ninho que me viu crescer, que me formou, que me preenche. Eu saí de lá pra fazer teatro, mas hoje me pergunto se é só daqui que dá pra fazer teatro.
O que é que realmente importa no fim? Por que eu estou aqui? O que é essencial e o que é fundamental?
Voltei pra casa com marmita, minha mãe já me deu toda a comida que irei consumir na segunda, almoço e jantar e eu me pergunto pra onde vai o meu talento? Talento. Alento.
Tenho um carinho pelo meu bairro, só considero longe, mas hoje eu me pergunto: longe de quê?
O que é daqui que vale mesmo levar?
Um caderninho, uma caneta e um ar de economista: quero contabilizar minhas horas de vida, de trabalho, de amor, de tempo perto e tempo longe, de lazer, de sono, de tudo. Quanto tempo do meu tempo vale isso tudo?
...
Talento. Alento.Talento.Alento.Talento.Alento.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

encontrei a minha turma



saí da aula nutrida. da aula, do encontro. é isso que eu procuro na arte e na performance: o encontro. e acho que encontrei.
que coisa boa. e eu fui sem saber dieito pra onde e pra quem e quando cheguei encontrei tudo o que queria. ouvi tudo o que precisava.
às vezes, com essas bilhões de possibilidades, fico me perguntado que tipo de artista quero ser,pois gosto de tanta coisa,realizo tanto. sou atriz, danço,canto,produzo,tá, mas e aí? o que você quer?
que eu quero uma peça que me faça arder, pegando as palavras do Gorki, em "Os inimigos", é um fato ,mas que eu quero mexer o corpo, exercitar o gogó e pirar é uma constatação. que eu quero ganhar dinheiro com a minha arte, o meu ofício, é óbvio,mas eu também quero fazer de tudo, experimentar, buscar sensações, ser até o inesperado é urgente. e o urgente está encontrando forma e espaço.que bom.
no campo da performance é tão fácil ser vazio, tão fácil não fazer sentido algum, tão fácil ser superficial. tenho visto de tudo, coisas boas e ruins, e às vezes me decepciono quando as pessoas abrem as suas bocas ou quando vou assistir o segundo trabalho delas. dá um vazio. sinto tristeza quando vejo um artista com o olhar voltado para o próprio umbigo, sinto tristeza quando encontro qualquer pessoa assim.
mas hoje a porta do céu se abriu e eu encontrei uma artista que não é assim!ah, existe luz no final do túnel da geração século XXI!sim eu fiquei tão feliz: Lígia Tourinho. foi o primeiro dia de oficina com ela no SESC e eu vi que tudo o que eu estava procurando estava ali: na UFRJ. ah! e aí, tudo o que eu venho pensando, tuo o que eu venho sentindo e experimentando, tudo o que eu quero fazer. estou bem, muito bem, obrigada e feliz e confiante que a oficina de jogo coreográfico não irá resolver todas as minhas histórias e questionamentos, mas me colocará em contato com gente que pensa, gente que sente, gente que abre a janela pra ver a vida lá fora, que é inteligente e tb generos.
eu sei que hoje foi o primeiro dia, primeira percepção,felicidade por achar coisas parecidas com as que estou procurando, mas estou otimista e apaixonada pela proposta, que na verdade, é muito parecida com a minha. e o pessoal, a turma, era variadíssima, mas cheia de gente com potencial, uma galera bacana mesmo e eu me senti muito feliz.enfim, encontrei a minha turma, ou pelo menos alguém que fala igual a mim.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

diário da moça do segundo andar, página 8

eu quero parar com essa brincadeira porque isso eu não sou.
quero parar porque não está me ajudando.
às vezes, à noite, eu fingia ser forte porque não tinha ninguém pra me abraçar quando tinha pesadelos, mas isso passou e eu era uma criança.
era uma fuga de criança sozinha
que já não me ajuda mais, sou adulta
sou adulta, mas tenho sempre muita vontade de chorar
quando estou alegre e quando estou triste
não sei
não quero mais ser a mulher maravilha
quero ser aquela que precisa de alguém pra tirar o gatinho da árvore
aquela pura,coitadinha
que as pessoas querem levar pra casa e cuidar
ser forte não traz nenhuma preocupação
porque todo mundo acha que você sabe se virar
e quando isso não acontece um mundo inteiro te cobra
não queo mais ser a mais forte
quero ser a mais honesta

durona

eu tô com saudade,mas não dou o braço a torcer.
prefiro brincar de ser durona.
faz de conta que nada me atinge.